Créditos: BlogNejo Na Estrada
Sim, eu sei que este assunto foi tema de
postagem em outros blogs ontem. Infelizmente não tem como fugir disso.
Afinal, se a gente é convidado para assistir a uma gravação com tudo
pago, o mínimo que a gente pode fazer é escrever a respeito. “Ah,
Marcão, mas tá chato os blogs todos iguais recebendo para ir nos eventos
ao redor do Brasil e depois puxando o saco e escrevendo tudo sobre a
mesma coisa e bla bla blaaaaaaa“. Quer saber, acostumem-se com
isso. Enquanto houverem gravações de DVDs e eventos para os quais
veículos de Internet (blogs, sites, vlogs e o escambau) forem
convidados, as postagens continuarão tendo como base os mesmos assuntos.
Puxar o saco ou não vai de cada um.
Tem gente que, independente do que seja
postado, já fica putinho justamente por achar que o autor do texto
(independente do blog ou site) já está puxando o saco só pelo simples
ato de postar. O que vai diferenciar um blog do outro é a intenção
aplicada no texto e o que a gente posta por aqui nos outros dias,
excetuando, claro, os lançamentos de novas canções dos grandes artistas
sertanejos, que também acabam se tornando assunto repetido. Isso, na
verdade, é resultado de tudo o que a gente conquistou com relação à
importância da Internet para a música sertaneja. Tanto o Blognejo como
os outros blogs. Temos mais é que celebrar, portanto.
Semana passada aconteceu uma coisa
estranha. No meio da semana, recebi uma ligação com um convite para
assistir a uma gravação no sábado. Seria, dependendo do resultado, o
primeiro DVD do Israel Novaes. Isso mesmo, “dependendo do resultado”. É
que o período entre a decisão de se gravar o DVD e a gravação foi
inferior a duas semanas. Nem se o pessoal envolvido quisesse, aliás,
daria tempo de organizar, como de praxe, um mega evento com a presença
de contratantes e radialistas de todo o Brasil. Fui para Goiânia sabendo
apenas que se tratava de uma gravação com o Israel Novaes, mas eu nem
sequer sabia se seria uma gravação “oficial” , com disco lançado meses
depois e tals, ou se seria gravado apenas um projeto demonstrativo, para
suprir a necessidade mais urgente por material de vídeo, com divulgação
em Internet e, talvez, apenas para contratantes.
Enfim, eu era um dos menos de 10
convidados para a gravação. O evento havia sido divulgado em Goiânia
como o “Esquenta Villa Mix”, em alusão ao mega show que acontece em
junho na cidade e que dá origem a um disco, nos moldes do que ocorreu no
ano passado, com a presença de 50 mil pessoas. Este ano, além das
mesmas atrações do ano passado (Jorge & Mateus, Gusttavo Lima e
Humberto & Ronaldo), o Israel Novaes também se apresenta. No
entanto, conforme explicou o Marquinhos Audiomix durante uma conversa no
camarote, o sucesso das vendas dos ingressos na semana anterior ao
Esquenta e a necessidade de material de vídeo de qualidade do Israel
Novaes fizeram com que o escritório se arriscasse um pouco mais e
montasse, em menos de duas semanas, toda a estrutura para a gravação de
um DVD nos padrões AT + G (Anselmo Troncoso e toda a equipe) de
qualidade, que já são conhecidos. O DVD consistiria num projeto padrão,
com 23 músicas, entre canções inéditas e versões ao vivo de algumas das
músicas do recém lançado CD do Israel. Se a gravação tiver fluído bem, o
projeto será lançado em alguns meses.
A produção musical do disco coube ao
Bigair Dy Jaime, que, como eu já mencionei por aqui, têm se destacado
muito por conta da explosão do arrocha na música sertaneja. Na verdade,
sem querer levantar nenhuma discussão quanto a quem é melhor que quem,
senti também que a gravação deste DVD foi um pouco motivada pela
necessidade e vontade do próprio Israel Novaes e escritório de músicas
mais agitadas, inclusive os arrochas. É que o CD, produzido pelo
Pinnochio, trouxe arrochas mais suaves e mais puxados para o arrocha
nordestino. E temos que concordar que hoje o sertanejo pede arrochas
mais agressivos, que são a especialidade do Bigair. Tanto que a
diferença da pegada das músicas do DVD com relação às do CD,
principalmente as que constam nos dois projetos, era nítida. O beat pode
até ter continuado o mesmo, mas a pressão nas músicas era
definitivamente mais evidente. Até porque versões ao vivo já são mais
agressivas por natureza.
Para quem não está ligando o nome à
pessoa, o Israel Novaes é o rapaz da Dodge Ram, mais novo artista da
Audiomix, cujo trabalho de divulgação o tem apresentado como “O cara do
arrocha”, título conferido por acaso durante a gravação do DVD da dupla
Zé Ricardo & Thiago. Na ocasião, o Israel Novaes participou do
projeto dividindo os vocais na música “Sinal Disfarçado”, e foi
apresentado pelo Zé Ricardo no momento da sua entrada como “O cara do
arrocha”, já que ele é um dos poucos artistas do mercado sertanejo que
se aventuram com sucesso num projeto composto quase que apenas por
músicas nesse ritmo. As duas músicas, inclusive, “Vem ni mim Dodge Ram” e
“Sinal Disfarçado”, são dois dos maiores hits sertanejos da atualidade.
O CD recém lançado traz uma proporção
bem maior de arrochas do que o DVD gravado no sábado. Até porque o disco
trazia apenas 13 músicas, com outras 6 como faixas bônus. E quase todas
as canções do projeto são arrochas. O DVD, com 23 músicas, aproveitou
então para explorar o outro lado dele e valorizar as características do
arrocha que lhe conferiram o título. Então, ao invés de um disco quase
100% arrocha como foi o CD, agora teremos um disco um pouco mais
eclético, com os arrochas já conhecidos do Israel numa linha mais
agressiva (“Vem ni mim Dodge Ram”, gravada no DVD sem o Gusttavo Lima,
“Depende”, “Beijo Meu”, gravada sem a dupla Humberto & Ronaldo),
outros arrochas inéditos (“Quero ver provar” e diversas outras), algumas
vaneiras (“Carro Pancadão”, “Divulga aí”, entre outras), e as
tradicionais universitárias, entre elas a que foi gravada no DVD com a
participação da dupla Maria Cecília & Rodolfo (“Só você não vê”) e
outras (“Viagem da Paixão” e “Deixou Raiz”). Boa parte das músicas do
repertório, diga-se de passagem, são composições do próprio Israel.
Dado o caráter informal do projeto e a
rapidez com que as coisas foram arranjadas, o que se viu na parte visual
foi um cenário mais enxuto. Simples, até. Apenas uma disposição bem
elaborada dos LEDs e alguns detalhes em relevo no cenário. Mais ou menos
o que se viu, diga-se de passagem, nos primeiros projetos de quase
todos os artistas da Audiomix. Na verdade eu senti mesmo no cenário um
clima de nostalgia com relação aos primeiros DVDs encabeçados pela
Audiomix. E todos deram no que deram, né? Pra quem é supersticioso, o
cenário pode ser encarado então como um amuleto da sorte.
Levando em conta o fato de que o Israel
Novaes começou a fazer shows há apenas 3 meses, mais ou menos, a sua
destreza no palco chama a atenção. Sua segurança durante a gravação e
interação com o público são espetaculares. Aliás, muita gente deve a
intimidade dele com o arrocha à dancinha que ele protagoniza quando
canta músicas nesse ritmo. O cara começa a dar uma reboladinha sutil mas
que deixa a mulherada da frente do palco enlouquecidas. Algo meio
difícil de se imitar, inclusive. Tornou-se uma marca registrada do
Israel.
Chega a assustar a velocidade com que as
coisas acontecem para o garoto. Ele entrou no circuito de shows há
muito pouco tempo. Quando a música “Vem ni mim Dodge Ram” estourou, ele
não tinha a mínima infraestrutura. Demorou algum tempo até que
conseguissem preparar toda a equipe, estrutura e demais necessidades
para que ele pudesse entrar de cabeça no mercado. Dois dos maiores
eventos sertanejos do ano, o Villa Mix e o Caldas Country, estão sendo
tidos como a estilingada definitiva dele para o topo. A velocidade dos
acontecimentos fez com que ele subisse várias posições na fila de
artistas da Audiomix. Minha lista de apostas para o segundo semestre,
adianto, terá o Israel Novaes no topo. E não dá pra ser diferente. A
gravação deste DVD, aliás, não exclui a possibilidade da gravação de um
projeto maior já nos próximos meses, sem contar o DVD do Villa Mix, que
também vai contar com o a participação dele. Um artista com início
meteórico (é só uma expressão, nada a ver com Luan Santana). E na
velocidade com que essa Dodge Ram vem, quem ficar na frente corre o
risco de ser atropelado.
E nem precisa dizer que a gravação deu certo, né?
Créditos das Fotos: João Luiz
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